Expressões vencidas - quem curte?

Como estamos falando via twitter, existem muitas expressões repetidas no "mundo da moda" e que por muitas vezes não dizem absolutamente nada! A Carol modamanifesteira mandou a listinha by Garance Doré http://juliapetit.com.br/home/nunca-mais/

E quanto a nós, que tal desopilar nessa bricadeira?? Tenho certeza que muita gente usa tais expressões, como o bafão "fashion lover" do Tiago, que aliás está me rendendo troll de jornaleestas...

Às vezes é impossível fugir de tais expressões, dependendo do assunto, dizer que "a moda pede" ou " é tendencia" é quase uma facada necessária no peito...!


Quem começa a lista da lambada: As expressões proibidas.

Heim?!

Uma que me dói quando ouço: demodê.

Fashionista de fato é um termo que já deu tudo que tinha que dar e as pessoas continuam usando como se fosse papel higiênico. e como se fosse uma profissão também (e aí eu pergunto - o que faria um fashionista?).

tem duas que são particularmente irritantes para mim:tá se usando e é o que a moda pede. "tá se usando" é uma frase que soa pior do que atendimento de telemarketing.
e o infame "é o que a moda pede", bom, esse eu não sei nem por onde começar. como assim o que a moda pede? e a moda pede alguma coisa? nós que criamos a moda!

depois tem a questão dos ismos. Me lembro que quando eu via a Jana Rosa falar/usar alguma coisa com ismo no final eu achava bem engraçado, afinal, tem tudo a ver com a personalidade dela (na minha humilde opinião). eu tenho culpa no cartório também, confesso, porque cheguei a usar o tal do termo. mas depois o tal do ismo tomou conta desse mundo virtual de uma forma inexplicável e tudo virou desculpa para usá-lo.

e aí eu me lembrei de uma entrevista da Marília Gabriela que eu vi, com o Luiz Mott. Ele explicou que o grupo GLBT há muito tempo lutava para usar homossexualidade no lugar de homossexualismo - porque ismo dá caráter de doença à palavra. não quero polemizar, mas porque não usar esse belo exemplo e deixar os ismos de lado?

então, esse assunto me encanta. hasuhausha

já cansei da maioria das modinhas e neologismos utilizados pelo povo das modas. aqui vão uns exemplos:

já saturou há eras: IT-qualquercoisa

a nova saturação do momento: ISMOS

os katilênicos: BAPHO e PHYNO- o problema desses é quando saem do twitter e chegam nos lugares mais improváveis

quando vejo em qualquer lugar já sei que não é boa coisa - GLAMOUR

'apaixonado por moda' - é aquele velho clichê usado por qualquer ex-esquerdista-revolucionário que larga a militância pra explorar as tendencinhas.

e gente, não é nada pessoal. se alguém aqui adora usar esses termos, sejam felizes. coisa mais pessoal do que isso não há. ;D

é, pior do que os termos terem saturado no mundinho fashion é terem caído no gosto popular e serem usados por quem entende porra nenhuma ou pensa que entende qualquer coisa.

qualquer expressão dita por pessoas que não são naturais ao contexto são muito mais doloridas.

a mais nojenta da atualidade, na minha opinião, são os ISMOS.

sério. vamos brincar de ISMO?

outismo - menina que insiste em usar coisas bizarras achando que está lançando tendência e fica ali, no seu mundinho, sem conexão com nada.

feminismo - traveco.

machismo - mulher de gravata borboleta.

sapatismo - loucura por sapato?

bruxismo - total bitch que quer te derrubar a qualquer preço.

posso ficar até o infinismo aqui, no inventandismo.

nossa gurias, me deu uma não-vontade de responder esse tópico. me deu até uma gastura. desculpem, mas acho que tem muita coisa aí nessa lista que se usa por deboche mesmo, por ironia, ou por estilo pessoal ou por qualquer coisa que não seja, necessariamente, para repetir o que "tá se usando" falar. e acho bem importante que a gente, que trabalha com a leitura e com a escrita, saiba captar essas sutilezas.

aliás, "tá se usando", é um bom exemplo. eu acho uma expressão hilária - e penso que deve ser por isso que o pessoal criou o blog (ótimo e divertido) tá usando (http://www.tausando.com/).

glamour é outra coisa que uso meio por deboche, principalmente no mycool, que tem um estilo engraçadinho de escrita mesmo.

os ismos podem ser bem humorados também, e com isso não me refiro a, sei lá, oitentismo. mas sim a ciganismo, pulseirismo e qualquer coisa nesse sentido piadístico. desculpa, fê. discordo.

os its já cansaram mesmo, fashionista não significa nada e a katylene já tá normal demais. MAS o que mais me "preocupa" mesmo são os erros de sentido das coisas, quando elas se pretendem sérias, como em releases de marcas. tipo "a moda pede", tipo "ditando moda", tipo "faz a festa" (quem fez famecos lembra que o prof. leonam coleciona recortes de jornal com "fulano faz a festa não sei onde") e, sobretudo, "TONS PASTEIS". PELAMORDEDEUS, nunca escrevam isso. pastel é um tipo de material que se usa para arte, e não um tipo de comida que tem plural e singular.

e deu. tô chata e antipática hoje.

mas beijos! S2

tons 'pastéis' é pra matar.

Odeio "ismos", não tem necessidade disso, sabe? gaguismo, bichismo, cachorrismo. Acho muito exagerado.

Odeeeeeeeio trocadilhos idiotas que os sites e revistas de moda fazem, tipo "confira os chapéus que vão fazer a sua cabeça no inverno" ou a chamada "Caiu como uma luva" seguida de várias opções de luvas, entre outros.

"Tendência" é uma palavra que tá saturada também, mas acho que ela é necessária e útil, se usada no bom sentido.

"Fashion" é outra que eu não aguento mais também.

claro Luli!

mas acho que a nossa bronca aqui é justamente com quem usa esses termos e os leva a sério, achando que fala com a maior propriedade e inteligência sobre coisas.

o negócio do ciganismo, pulseirismo, cai exatamente no exemplo que eu dei: a jana rosa usa isso no maior deboche, é a cara dela, funciona, e todo mundo sabe que é escrachado.
mas aí vai lá o blog da C&A (não sei quem faz) e coloca ismos em absolutamente todos os posts, uma coisa "tipo assim" somos moderrrrrnos hehehe
aí não dá.

luli,

pode discordar, discordâncias nunca serão um problema pra mim.

é que não tenho visto os ismos sendo usados de forma engraçada e sim como tendencinha. o que os tornam irritantes na minha percepção e quando algo me irrita, sorry, eu preciso fazer piada.

humorismo, humorismo.

e quanto aos assassinatos de todos os tipos cometidos à lingua portuguesa nos releases, mando para vocês a seção "Cantinho do Assessor" do TeDouUmDado?
http://entretenimento.r7.com/blogs/te-dou-um-dado/category/cantinho-do-assessor/
uma pérola atrás da outra.

Cuidado galera, justamente para o lado que a Luli apontou: a ironia.

Eu adoro usar um ismo, justamente pelo sufixo fazer alusão a doença. Acho a moda um cancer! (a oka) (adoro usar aloka) que vai apodrecendo todos os nossos orgãos e cegando nossos olhos até não percebermos mais os kathylenismos ou cleyciannismos - quem é que não ri horrores com os termos evangélicos?

Eu gostaria muito de levar minha profissão com seriedade, mas é deveras da minha personalidade doses extras de gracinhas ( e sim, muita gente se irrita com isso mesmo) . Perco os amigos mas não perco a piada. Aliás, frases feitas como a anterior são tão nojentinhas quanto essas expressões pós modernas, não acham?

Concluo quê (que academico isso) é impossível não cair na hipocrisia. É sérião, cada proposta exige um posicionamento, ou como eu conto para os amigos mais íntimos: "tudo que eu escrevo é sarcastico, mas ninguém sabe disso tanto que até parece de verdade", mas não contem para ninguém, ok?

ps: morri rindo com as definições, principalmente "feminismo = travesti"

Ótima discussão!

Realmente, os "ismos", "its" e "baphos" já deram. "Tá se usando" e "a moda pede/dita", putz!
Eu, sinceramente, nunca gostei de "looshos" e "phynos" à la Katylene. Acho uó (outro termo também gasto, mas que eu adoro. Haha.). Não tenho nada contra quem usa, mas confesso que ironica e sarcasticamente eles soam muito melhor hoje em dia.

Mas a expressão que mais me cansa é o hype. "Isso é hypado!", "aquilo hypou!"... Permitam-me ser Meredith Grey por um minuto: seriously? Seriously?

O engraçado é que ontem conversei com a família após o jantar sobre dialetos. Minha mãe citou Leo Jaime, que ao ir no Happy Hour do GNT há semanas teve um posicionamento interessante sobre "a questão língua" (no caso do programa, foi inserido dentro do contexto do caso do goleiro Bruno, e os exemplos que a sociedade tem). Leo Jaime disse que, antigamente, as classes mais baixas inspiravam-se nos mais letrados na hora de falar; como exemplo, Cartola e Noel Rosa, que liam autores como Carlos Drummond de Andrade e faziam sambas cheios de poesia. Hoje em dia, os jovens (principalmente os de classe alta) olham pro outro lado do espectro social na hora de se comunicar. Ou será que nínguem aí nenhuma vez já se perguntou de onde vem as gírias "171", "detonar" e "mandar bala"?

Claro que este é um exemplo muito abrangente, atinge e é comum a todas as camadas sociais do Brasil e de fora. Mas a partir daqui podemos traçar um paralelo com a moda: porque a maioria das expressões mais usadas (e até batidas) são em inglês? Ultimamente, vem crescendo o uso dos termos em francês também. Claro que o vocabulário de moda não só provém como possui muito mais termos nestas 2 línguas, e fazer tradução para o português nem sempre é tão interessante quanto usá-los nas línguas originais. Mas quando o texto jornalístico ou um post de blog possui mais palavras em itálico do que na língua mãe do autor... cansa, não?

E Doug, posso falar? Adoro a palavra demodé!

não querendo desvirtuar o assunto, questiono:

o que vocês acham do @aherchcovitch (assassinando a língua portuguesa por pura marotice), hein?

confesso que me diverte horrores.

também adoro demodê! é tão demodê que é até atual. assim como ton sur ton e petit comitê, hahahaha. amo.
também adoro uó porque acho o som muito engraçado.

é, acho que me divirto com pouco. ¬¬

(completando, mandei antes de terminar o raciocínio.)

achei muito importante isso que a bebel colocou, da relação entre as classes e as gírias. me interesso muito por essas questões - embora hoje não pareça por causa do meu AZEDISMO. é um exercício legal olhar para a própria língua (não a que tá dentro da boca) com um certo distanciamento, para tentar perceber essas coisas que passam batidas normalmente. porque, né, a gente fala sem pensar.

(brinks [eu adoro falar brinks, tá?])

e também acho hype um horrô - junto de outros inglesismos. aí vocês me dizem: "e o teu blog, filha?". é verdade, mas meu blog é uma piada. riam, hehehe.

beijo!

eu tava me coçando pra comentar isso aqui.

cai na mesma questão que a gente tava discutindo.
a gente sabe que é de propósito, nos divertidos muito usando os termos, mas mesmo assim tem umas criaturas que acham que ele tá falando sério.

lembrei de mais uma terrível: gente que "mexe com moda".
tbm adoro uó, define tanta coisa!

eu me divirto horrores com o AH, acho um deboche ao pseudo-cult intrínseco nas camadas "fashionistas".....

e 'moda com DNA tal'?

acho meio esquisito esse lance de misturar moda com biologia. pra mim saturou. =/

LBD. É sigla. E sigla de uma expressão em inglês. Acho o cúmulo. Qual é o problema em escrever pretinho básico? Já é uó numa Vogue da vida, imagina quando vem naquele jornal que minha tia leiguíssima lê. Ela pensa que é uma banda, tipo KLB, sei lá.

Odeio joguinhos com palavras em títulos. E geralmente vêm com uma exclamação no final: Apertem os cintos! Xeque-Mate! Saia Justa!

As expressões "sensual, mas sem ser vulgar" e "x quilos bem distribuídos em y de altura".

Mas o que me irrita *profundamente* são as palavras-muletas, aquelas que se coloca só pra florear o texto: glamouroso, elegante, sofisticado, despojado (parece pecado usar a palavra "simples"!), CONTEMPORÂNEO. Puta, contemporaneidade é um conceito super complexo, tem um monte de teorias divergentes sobre o assunto e tal. Por que não usa "atual"? Muito melhor.

Ai, acho que tem mais... É que essas são as que vieram agora. Adorei o texto da Garance Doré!

pior que contemporâneo, só MODERNO. "um look super moderno". AH É? então é lá dos anos 1920? 1940? 1950?

tem também um dos precursores: fashion. infelizmente ainda ouço MUITO.

"como tu tá fashion hoje!"

má aplicação do inglês é coisa pouca. quando vem com a entonação junto, se esconde!

"ai, que bolsa fééééxióóóónnnnnnn"

tu que é estilosa, me diz o que eu posso combinar com essa blusa?

"Moda com DNA" realmente é o fim da picada. Acho "x tem um leve perfume de y" (já li Gloria Khalil usar essa estrutura algumas vezes) melhor.

E eu também adoro brinks e o deboche escrachado de Herchcovitch! O problema de gente "que mexe com moda" (outra hor-rí-vel, obrigada Carol por citar!) é levar as coisas e si mesmo a sério demais...

aprendi com Gayegos que é TRENDY e não FASHION que se diz. adotei pra vida.